Salmo

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Prudência

Por Elian Soares

Estou lendo o livro "Cristianismo Puro e Simples" de C. S. Lewis. No livro Livro III - CONDUTA CRISTÃ, Capítulo 2, fala sobre AS "VIRTUDES CARDEAIS", a saber PRUDÊN­CIA, a TEMPERANÇA, a JUSTIÇA e a FORTALEZA.

Em relação à virtude PRUDÊNCIA, que ele define como "a sabedoria prática, parar para pensar nos nossos atos e em suas conseqüências", Lewis fala algo que tem muito bem interessante, que resolvi compartilhar convosco:


"Nos dias de hoje, a maioria das pessoas já não considera a Prudência uma "virtude". Inclusive, como Cristo disse que só entrariam em seu Reino os que fossem como crianças, muitos cristãos pensam que podem ser tolos, desde que sejam "bonzinhos". É um erro. Em primeiro lugar, muitas crianças demonstram ter bastante "pru­dência" quando fazem coisas que são do seu interesse, e conseguem pensar a respeito dessas coisas com bas­tante sensatez. Em segundo lugar, como esclarece São Paulo, Cristo nunca quis que fôssemos como crianças na inteligência - muito pelo contrário. Ele nos exortou a ser não apenas "simples como as pombas", mas tam­bém "prudentes como as serpentes". Quer de nós um coração de criança, mas uma cabeça de adulto. Quer-nos simples, centrados, afetuosos e dóceis no aprendizado, como as boas crianças são; mas também quer que cada fração da inteligência que possuímos esteja alerta e afia­da para a batalha. O fato de você dar dinheiro para uma obra de caridade não quer dizer que não deva tentar sa­ber se a instituição de caridade é fraudulenta ou não. O fato de você pensar em Deus (por exemplo, quando ora) não significa que deva contentar-se com as cren­ças infantis que alimentava aos cinco anos de idade. É verdade que Deus não deixará de amar ninguém, nem deixará de utilizar uma pessoa como seu instrumento por ter nascido com um cérebro de segunda classe. Ele tem um coração grande o suficiente para abrigar pes­soas de pouco senso, mas quer que cada um de nós use o senso que lhe coube. Não devemos ter como lema "Seja boa, doce menina, e deixe a inteligência para quem a possui", mas sim "Seja boa, doce menina, e não se es­queça de ser o mais inteligente que puder". Deus não detesta menos os intelectualmente preguiçosos do que qualquer outro tipo de preguiçoso. Se você está pen­sando em se tornar cristão, eu lhe aviso que estará em­barcando em algo que vai ocupar toda a sua pessoa, inclu­sive o cérebro. Felizmente, existe uma compensação. Aquele que se esforça honestamente para ser cristão logo percebe que sua inteligência está aprimorada. Um dos motivos pelos quais não é necessário grande estudo para se tornar cristão é que o cristianismo é em si mesmo uma educação. Foi por isso que um crente ignorante, como Bunyan, foi capaz de escrever um livro que es­pantou o mundo inteiro".

Buscar, principalmente, o conhecimento de Deus é um dever para todo o Cristão, que não deve ser desprezado nem negligenciado.

Dessa forma, acomodar-se não é uma atitude sábia. Devemos buscar o conhecimento constantemente. A própria bíblia nos orienta: "Examinai tudo. Retende o bem" (I Ts 5.21). O exercício do exame, da pesquisa, da reflexão, do questionamento é interessante para o aprendizado, pois nos dá a capacidade de visualisar determinado assunto de uma forma ampla. Sendo assim, através do conhecimento de Deus, estaremos aptos para julgar, discernir e repudiar o erro.


”Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.” II Pedro 3.18.

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