Salmo

quarta-feira, 3 de outubro de 2007


MEÇA A SUA FANTASIA

O que vê no homem é o que determina o que o homem vê. Pois, o mundo existe na mente antes de existir na Terra. Assim, todos os dias o mundo muda tantas vezes quantas mudem os olhares.

As pessoas não mudam se suas mentes não mudarem. Nada muda sem metanóia.

Às vezes a metanóia é boa, às vezes é má.

É boa quando ela é-trás arrependimento e renovação do entendimento baseado na verdade, não na “realidade” — afinal, a “realidade” é quase totalmente irreal para a maioria dos homens; pois, só Deus sabe o real de modo absoluto — posto que a “realidade” é relativa ao homem, mas a verdade é para além do homem. Por isto, somente a verdade o pode libertar da escravidão do pecado como irrealidade, fantasia, surto; e como um olhar que busca deter a verdade pela injustiça, pelo engano, ou pelo auto-engano.

Ora, a metanóia é má pela mesma razão que a faz ser boa quando boa é; pois, o que vê no homem é que determina o que o homem vê.

Assim, quando o que no homem vê, tudo vê a partir do olhar da neurose animal de poder, e pelo ver através da paranóia de defesa e segurança, o que daí procede é um mundo mau do lado de fora. Mal mesmo quando não é mau.

Para Jesus o mundo era mal como ambiente de relações; e seu sistema era mau por ser fundado na morte e no medo de amar. Por isso, o mundo tinha que ser vencido; e Ele diz: “Eu venci o mundo!”.

Entretanto, no mesmo lugar onde Ele assim declara, Sua palavra anterior foi outra, esmagadoramente realista e verdadeira: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; pois, eu venci o mundo”.

Jesus venceu o mundo?

Como?

Ora, o mundo continuou o mesmo, mas, para quem entendeu a linguagem de Jesus, o mundo nunca mais foi e nem será o mesmo; pois, o que vê no homem é que determina o que o homem vê.

Desse modo o olhar de Jesus vê a aflição inevitável que se experimenta no mundo, incluindo a desses aos quais Ele designa como “vós”.

Além disso, Ele não isenta ninguém, daí esse “vós” de privilegiados não ser excluído do tratamento do real na experiência do mundo; pois, a única realidade do mundo é sua aflição; o resto é fantasia; por vezes até a razão-causa da aflição é fantasia; embora a aflição seja real; posto que o mundo é aflição. Ou pode algo que jaz no maligno não ser aflição?

Entretanto, o olhar de Jesus é ânimo-constante. Ele vê o mundo e abre nele a Sua Porta, a Sua via, o Seu Caminho, e que são únicos e absolutos — e quem Nele crê passa a ver o que Ele vê; e vai crescendo dia a dia numa apropriação de olhar do mundo que carrega o ver-ânimo de Jesus.

Vencer o mundo é vencer a aflição com bom ânimo!