Salmo

sábado, 14 de julho de 2007

PODER DAS MULHERES






As mulheres são os seres mais poderosos da Terra. Sexo frágil? Qual? Na realidade o que se deveria dizer é que sexo é o fraco dos homens, e o forte das mulheres. Como? Ora, desde sempre foi assim. A própria narrativa do Gênesis diz que a mulher foi quem persuadiu o homem a comer do fruto. Sim, a mulher tem poder para fazer o homem comer qualquer fruto.

De fato, tal poder de persuasão decorre dessa força frágil, que geme, que pede, que insinua, que paga com “alegrias”, que põe o homem no caminho do desejo de possuir, sem saber que ele é o possuído; isto quando a mulher é sábia.

Na minha maneira de ver não há nada de errado em possuir tal poder. Afinal, essa persuasão é uma dádiva divina. O problema é que na maioria das vezes esse poder é usado de modo burro e insensato. Sim, porque ao invés de se persuadir para o que bom, para o que concilia e promove a paz, e para tudo aquilo que possa ser sedução da sensatez, essa força é, muitas vezes, apenas usada para manipular e para negociar com o homem, e nos termos distorcidos dos machos.

Assim, esse maravilhoso poder passa a só ser percebido como sedução sexual, e quase nunca como poder para exercer a persuasão da sabedoria. Isto porque é minha convicção que toda mulher que decide usar esse poder para o bem, vem a tornar-se o ser mais desejável e bem-aventurado que pode existir na vida.

Infelizmente, no entanto, as invejas, as vaidades, as competições pequenas, e a mesquinharia, acabam por fazer com tal poder acabe por ser quase sempre apenas sedução para a guerra ou para a manipulação que torna a mulher menos mulher, e mais parecida com o homem.

Na realidade as mulheres parecem ter perdido a ambição da persuasão da sabedoria. De fato, a mulher sábia está fora de moda, e as que ainda existem têm medo de se manifestar, visto que sensatez virou caretice para boa parte das mulheres.

Então, vê-se essa virtude e poder sendo usados para se ‘revolver’ no pior da vida, e não para propor e viver a vida que constrange pela sabedoria.

De fato me alegro imensamente quando encontro uma mulher que é mais confiante na sabedoria do que na sedução, e mais comprometida com o poder do bom senso do que com a capacidade de usar seu poder para coisas pequenas, embora consideradas intocáveis como espertezas femininas.

Todo fruto, mesmo que venenoso, sendo dado por uma mulher, tem o poder de se tornar irresistível. Mas a mulher precisa recuperar a percepção de que sua grande força é ser mulher que persuade para o bem.

Não é à toa que Paulo diz que a mulher é a glória do homem!

“Glória”, antes de ser nome de mulher, deve ser o estado saudável do ser feminino.


Caio

segunda-feira, 9 de julho de 2007

AUTO-ENGANO

O que é auto-engano?

Em minha maneira de ver e dizer, auto-engano é a construção da mente em desconexão com a verdade; pois, embora o auto-engano em geral se vincule ao que chamamos de “mundo real”, ele acontece sobre a premissa da fantasia ou da realidade adaptada à conveniência, mas sem vinculo com aquilo que no mundo real é verdade sobre o mundo, sobre nós e sobre o próximo.

Auto-engano é o capricho da vontade alterando a realidade-verdade, seja inconscientemente ou semi-conscientemente, ou mesmo de modo consciente no início — para, então, depois, em razão da necessidade de conforto psicológico, a pessoa fazer o processo todo imergir no subconsciente como determinação da consciência do individuo sujeito a tal necessidade de fuga.

É assim que a pessoa começa a criar as condições para poder viver como se o que não é de fato fosse; e, desse modo, virtualizar a realidade, sempre pisando num chão “real”, porém corrompido pela fantasia, o que faz dele um chão-lugar-no-mundo-real; embora, à semelhança de um estado esquizofrênico-unificado (mono frênico) — o indivíduo surtado de auto-engano veja como verdade e realidade aquilo que ele mesmo criou para seu próprio conforto ou conveniência psicológica de engano, a fim de não encarar a verdade.

Ora, quem se entrega ao auto-engano (mesmo que seja devocional e piedosamente como os crentes costumam fazer) jamais encontrará o Evangelho como verdade libertadora; posto que no auto-engano não há Graça; pois onde há Graça aí há Verdade; e no auto-engano não há verdade, mas apenas a adesão à fantasia que escraviza a alma, impedindo-a de viver no chão da realidade-verdade, que o único-lugar-existencial no qual a libertação do ser acontece.

Todos nós temos muitos auto-enganos; mas a vida de certas pessoas é toda feita de auto-engano!

O caminho do Evangelho é livrar-nos do engano, do auto-engano, e da fantasia, a fim de nos por o pé no chão do Caminho, que é a Verdade, e sem cujo Piso para andar, não se encontra Vida.

Pense nisto!