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Sempre sonhamos em ter uma família perfeita. Não demorou muito (foi na nossa lua de mel) para descobrir que não seríamos aquela família. Apesar dos sonhos encantados de muitos noivos, a família perfeita não existe, e nunca existiu.
Então devemos desistir da família? Não. Talvez não seja possível ter uma família perfeita, mas podemos ser uma família que sabe perdoar uns aos outros, e estender essa esperança do perdão às pessoas ao nosso redor.
O perdão é a chave para se ter uma família feliz. Sem o perdão, ressentimentos e ira ficam submersos debaixo da superfície do lar. Assim como o iceberg que naufragou o Titanic, mais cedo ou mais tarde essas mágoas afundam a família. Temos que aprender a perdoar, através da experiência de sermos perdoados.
Deus nos ensina a perdoar por meio do perdão que nos oferece em Cristo Jesus. Como recebemos esse perdão? Há alguns passos simples e básicos, mas essenciais, claramente traçados na Palavra de Deus:
1) Reconhecer sua necessidade de perdão. O padrão de Deus é alto. A Bíblia nos diz, “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48). Infelizmente, “todos pecaram, e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). Pecar significa errar o alvo. Todos nós erramos o alvo de perfeição estabelecido por Deus. Quebramos a lei de Deus. Somos culpados.
2) Reconhecer que está perdido sem o perdão de Deus. Deus também diz, “O salário do pecado é a morte . . . “ (Rm 6:23). Infelizmente, muitas pessoas hoje estão mais preocupadas com paz, prosperidade e poder do que com o perdão dos seus pecados. São como passageiros de um navio descendo até o fundo do mar, preocupados em resgatar roupas, cosméticos e joias em vez de clamar por um salva-vidas! Sem o perdão de Deus estamos perdidos, destinados à morte eterna.
3) Somente através do sacrifício de Jesus é que somos perdoados por Deus: “Aquele (Jesus) que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5:21). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). “Não há condenação para aquele que está em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Jesus sofreu o castigo de uma separação infinitamente dolorosa do Seu Pai, para que nós não tivéssemos que sofrer uma separação eterna dEle.
4) A ressurreição de Jesus concede nova vida. A morte não pôde segurar o Filho de Deus! Sua ressurreição prova de uma vez por todas que nossos pecados realmente foram perdoados: “Cristo morreu pelos nossos pecados . . . . e ressuscitou” (1 Co 15:3,4). “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim . . . vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20).
5) Somente quando confiamos exclusivamente em Cristo é que recebemos o perdão dos pecados. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé . . . não por obras” (Ef 2:8,9). “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo” (At 16:31). “Todo o que nele crê, não pereçe, mas tem a vida eterna” (Jo 3:16). Crer em Cristo significa lançar sobre ele todo o peso do seu pecado, e a sua esperança pelo perdão e um destino no céu; não somente acreditar que existe bote salva-vidas, mas entrar nele!
Todos que procuram salvar a si mesmos pelas suas boas obras são eternamente enganados. Deus não compartilha Sua glória com ninguém, e não permitirá que pecadores arrogantes se vangloriem no céu como se a salvação fosse obra deles, ou algo que compraram pelas suas esmolas. Imagine se um pai assistiu a morte de seu único filho depois de salvar inúmeras pessoas de um incêndio, só para ter os sobreviventes oferecerem R$5 em compensação, enquanto falam de como poderiam ter saído das chamas sem ajuda!
“Crer” envolve mais que “afirmar” ou “reconhecer.” Quem vê a si mesmo como pecador perdido merecedor do inferno, carente do perdão divino, deve se revoltar contra seu pecado e se voltar a Deus para ser salvo por Cristo. Este é o arrependimento bíblico. Cristo promete recebê-lo e abençoá-lo com vida eterna: “Quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5:24).
O que você faz com seu pecado determinará seu destino eterno! Há somente duas opções: abraçar o perdão oferecido pela obra de Jesus em sua morte e ressurreição como pagamento da pena do seu crime, ou pagar, você mesmo, o castigo de uma eternidade separado do Criador que tanto deseja ter comunhão com Suas criaturas. Não se paga pelo mesmo crime duas vezes; ou aceito o pagamento que Jesus fez quando declarou na cruz “Está pago”; ou pago eu mesmo.
E a família? Quem recebe o “dom gratuito” de perdão por meio de Cristo, ganha condições de viver em família como perdoado e perdoador: “Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Ef 5:32).
Não significa que, de repente, sua família ficará perfeita. Perfeita, não! Perdoada, sim. E capaz de perdoar uns aos outros.
Quem nunca sondou as profundezas da sujeira do seu próprio coração; quem nunca se viu como miserável pecador; quem nunca experimentou o perdão total em Cristo Jesus, não será capaz de perdoar os outros. Será um juiz, intolerante, implacável, arrogante e orgulhoso. Mas aquele que vive como perdoado será capaz de estender, pelo Espírito de Deus, perdão aos que convivem com ele.
Viver em família e criar filhos nestes dias exige coragem, sim. Mas podemos contar com a graça de Jesus, que nos capacita para amar e perdoar.
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