O Valor de Muitos Conselheiros
Por Robert Tamasy
Tempos atrás recebi o telefonema de um
amigo que me contou sobre uma nova empreitada empresarial que estava
planejando. Ele perguntou se eu, sendo escritor, poderia sugerir um nome
atraente, bem comercial para o empreendimento. Meus amigos me conhecem
como o sujeito a quem nunca faltam palavras.
Antes de começar a pensar em nomes
interessantes para a startup, perguntei ao meu amigo se ele tinha feito
sua due diligence, investigando e pesquisando os prós e contras para
aquele tipo de empresa em particular. Ele disse que já tinha feito isso e
estava ansioso para começar. Eu não tinha informações sobre aquele tipo
de negócio, mas dois amigos meus haviam se aventurado em
empreendimentos como aquele no passado. Sendo assim, insisti com meu
amigo para que entrasse em contato com eles e perguntasse sobre sua
experiência. Meu desejo não era desestimulá-lo ou fazê-lo mudar de
ideia, mas sim assegurar que examinasse todos os aspectos do negócio em
questão para evitar problemas futuros.
Anos atrás aprendi um princípio
importante para tomada de decisões. Nós temos a tendência de tomar
decisões com base em emoções, e depois justificar tais decisões com
fatos – fatos que deem suporte ao curso de ação que queremos adotar. Ás
vezes isto funciona, mas outras vezes a abordagem tipo “emoções em
primeiro lugar, fatos em segundo” pode levar ao desastre. Sentimentos
podem promover – e frequentemente promovem – julgamentos nebulosos.
Sendo assim, como evitamos essa
armadilha potencial? Buscando conselhos e informações de pessoas em quem
confiamos - mesmo aquelas que não temos certeza se irão concordar e
apoiar tudo o que desejarmos fazer.
O livro de Provérbios tem muito a dizer
sobre este tópico. Por exemplo, ele afirma: “Sem diretrizes a nação
cai; o que a salva é ter muitos conselheiros.” (Provérbios 11:14). Uma
passagem similar nos fala: “Os planos fracassam por falta de conselho,
mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros.” (Provérbios
15:22). Aqui estão outros princípios extraídos de Provérbios que se
relacionam com a tomada de decisões e a busca de conselhos de outras
pessoas:
Seja cauteloso e não confie somente em seu julgamento.
Decisões, especialmente as apressadas, podem ser justificadas e
desculpadas com muita facilidade. “Esta é uma oportunidade única na
vida, e se eu não agir agora, vou perdê-la!” – raciocinamos. Ou então,
dizemos a nós mesmos: “Eles (os que não concordam conosco) simplesmente
não compreendem.” Mas Provérbios 28:26 nos adverte: “Quem confia em si
mesmo é insensato, mas quem anda segundo a sabedoria não corre perigo.”
Procurar o conselho de outros pode revelar o modo de pensar errôneo.
Será que estamos tomando decisões baseadas em emoções ou sem considerar
todos os fatores envolvidos? Conselheiros sábios podem oferecer
segurança – ou revelar falhas no nosso raciocínio. “O caminho do
insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos.” (Provérbios
12:15).
Sermos humildes e nos dispormos a ouvir conselhos é por si só um ato de sabedoria.
Procurar outras pessoas em busca de conselho pode parecer humilhante,
especialmente quando acreditamos que estamos certos. Mas se nosso
objetivo for tomar a decisão certa, a humildade de consultar outras
pessoas já é um ativo. “Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará
sendo sábio.” (Provérbios 19:20). “Se você parar de ouvir a instrução,
meu filho, irá afastar-se das palavras que dão conhecimento.”
(Provérbios 19:27).
Em retrospecto, a compreensão do que
devia ter sido feito é total. Quando buscamos conselho, especialmente
quando ponderamos sobre decisões difíceis, complexas, outros podem nos
dar sua própria visão retrospectiva, arduamente conseguida. Assim, não
teremos que conquistá-la por meio do sofrimento da tolice e do
fracasso.
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