Salmo

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Testemunhas oculares da sua Majestade

 
            Testemunhas oculares da sua Majestade

por Max LucadoO cristianismo, em sua forma mais pura, não é nada mais do que ver Jesus.
O exercício cristão, em sua forma mais pura, não é nada mais do que imitar Aquele que vemos.
Ver Sua Majestade e imitá-lo, essa é a essência do cristianismo.
Por cinquenta e um anos Bob Edens foi cego. Ele não conseguia enxergar nada. Seu mundo era uma sala escura de sons e cheiros. Ele tateou o seu caminho por cinco décadas de escuridão.
E depois, ele conseguiu enxergar.
Um cirurgião habilidoso realizou uma operação complicada e, pela primeira vez, Bob Edens pôde enxergar. Ele achou impressionante. “Eu nunca sonharia que o amarelo fosse tão... amarelo”, ele exclamou. “Eu não tenho palavras. Estou maravilhado com o amarelo. Mas o vermelho é a minha cor favorita. Simplesmente não consigo acreditar no vermelho.
“Posso ver o formato da lua – e o que eu mais gosto é ver um avião a jato atravessando o céu e deixando um rastro de vapor. E claro, o nascer do sol e o pôr do sol. E à noite eu olho para as estrelas no céu e para a luz piscando. Você nunca conseguiria saber o quão tudo é admirável”.
Ele está certo. Nós que vivemos uma vida com visão não conseguiríamos saber o quão admirável deve ser receber a visão.
Mas Bob Edens não  é o único que passou uma vida perto de alguma coisa sem enxergá-la. São poucas as pessoas que não sofrem de alguma forma de cegueira. Surpreendente, não é? Podemos viver perto de alguma coisa por uma vida, mas a menos que tomemos tempo para focarmos nela, ela não se torna parte de nossas vidas. A menos que nós, de alguma maneira, tenhamos nossa cegueira retirada, nosso mundo é apenas uma caverna escura.
Pense nisso. Só  porque alguém testemunhou mil arco-íris não significa que ele viu a grandeza de um. Alguém pode viver perto de um jardim e falhar em focar no esplendor da flor. Um homem pode passar uma vida com uma mulher e nunca parar para examinar a sua alma.
E uma pessoa pode ser extremamente boa e ainda assim nunca ver o Autor da vida.
Sermos honestos, éticos ou até mesmo religiosos não necessariamente significa que nós o veremos. Não. Nós podemos ver o que os outros veem nele. Ou podemos ouvir o que alguém diz que ele disse. Mas até que nós o vejamos por nós mesmos, até que recebamos a nossa própria visão, podemos achar que o vimos, tendo na realidade visto apenas uma forma vaga na penumbra cinzenta.
Você o viu?
Você já teve um vislumbre da Sua Majestade? Uma palavra é colocada em uma fenda receptiva do seu coração que faz com que você, brevemente, veja o seu rosto. Você ouve um versículo lido em um tom que você nunca tenha ouvido ou explicado de uma maneira que você nunca tenha pensado e mais uma peça do quebra-cabeça é encaixada. Alguém toca seu espírito dolorido como apenas alguém enviado por ele poderia fazer e aí está ele.
Jesus.
O homem. O Galileu bronzeado que falava com uma autoridade trovejante e amava com uma humildade infantil.
O Deus. Aquele que afirmou ser mais velho que o tempo e maior que a morte.
Foi-se a pompa da religião; dissipou-se a névoa da teologia. Momentaneamente é levantada a cortina opaca da controvérsia e da opinião. Os nossos erros cegos e egoísmos são apagados. E lá está ele.
Jesus.
Você o viu?
Os primeiros que o viram nunca mais foram os mesmos.
“Senhor meu e Deus meu!”, bradou Tomé.
“Eu vi o Senhor”, exclamou Maria Madalena.
“Vimos a sua glória!”, declarou João.
“Não estava queimando o nosso coração enquanto ele nos falava?” alegraram-se os dois discípulos a caminho de Emaús.
Mas Pedro expôs melhor. “Nós fomos testemunhas oculares da sua majestade”.
Sua Majestade. O imperador de Judá. A sublime águia da eternidade. O nobre almirante do Reino. Todo o esplendor do céu revelado em um corpo humano. Por um período tão curto, as portas da sala do trono foram abertas e Deus se aproximou. Sua Majestade foi vista. O céu tocou a terra e, como resultado, a terra pode agora conhecer o céu. Surpreendentemente um corpo humano abrigou a divindade. O santo e o terreno entrelaçados.
Já faz algum tempo que você o viu? Se as suas orações parecem gastas, provavelmente faz. Se a sua fé parecer estar vacilante, talvez sua visão dele tenha obscurecido. Se você não consegue achar força para encarar os seus problemas, talvez seja hora de encará-lo.
Um aviso. Alguma coisa acontece a uma pessoa que tenha testemunhado Sua Majestade. Ela se torna viciada. Um vislumbre do Rei e você é consumido por um desejo de ver mais dele e falar mais sobre ele. Esquentar o banco da igreja não é mais uma opção. A religião de má qualidade não será mais suficiente. A procura de sentido é desnecessária. Uma vez que você tenha visto a sua face você sempre almejará vê-la novamente.
A minha oração para este livro – sem apologias – é que o Divino Cirurgião use-o como um delicado instrumento cirúrgico para restaurar a visão. Que o que está fora de foco fique em foco e que a escuridão seja dispersa. E, que sussurremos o segredo do universo, “Nós fomos testemunhas oculares da sua majestade”.
Notas:
Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques Almeida
Texto original extraído do site www.maxlucado.com

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