
Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
Culto de Louvor 04.08.13
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra.” Salmos 34:19.
Você já enfrentou a tragédia? Como reagir e vencer aquelas situações
que certamente nos advirão? As lutas virão, enfermidades poderão nos
alcançar, problemas e dificuldades de toda sorte, seja de ordem
material, como um desemprego, por exemplo; ou de ordem emocional,
conjugal, familiar, pessoal. É nessa hora que ficamos mais vulneráveis
às tentações. Sofrimentos existem, e a Palavra nos alerta que “muitas
são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (Sl 34:19); e
que nesse mundo teremos aflições, mas devemos ter bom ânimo, Jesus está
conosco (Jo 16:33).
Isso certamente ocasiona o nosso sofrimento… Para vencer esses
sofrimentos e tragédias da alma temos que buscar praticar três coisas
básicas.
1 – FORTALECIMENTO
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder.” Efésios 6:10.
Procure não se deixar abater diante das situações que consideramos
trágicas, sejam elas quais forem. O risco é o enfraquecimento e o
esfriamento espiritual.
Observemos por exemplo quantos estão fora das Igrejas porque
começaram a se engraçar com o mundo e acabaram ficando por lá.
Tornaram-se desertores, traidores, cegos, iludidos, abandonaram o
Senhor, “nunca foram dos nossos”. A história poderia ser diferente, e
isso dói na gente, sofremos e por vezes ficamos deprimidos até choramos.
Esse sentimento é normal, porque amamos e não queremos que ninguém vá
para o inferno, e como é triste ver bancos vazios nos cultos e reuniões.
Mas temos que ser fortes e até ter um pouco de “sangue frio”, encarando
a situação com uma boa dose de controle emocional, senão ficaremos
abatidos de espírito e poderemos nos desanimar também. Se um cirurgião
não tiver essa frieza e controle emocional, jamais cortará a carne do
paciente com o bisturi, não pegará seus órgãos internos com as próprias
mãos, não costurará a carne após a realização da cirurgia.
Semelhantemente estamos lidando com pessoas enfermas na fé, e precisamos
ser usados por Deus da maneira correta, confiantes de que Ele realiza a
Sua obra.
PERSEVERANDO NO AMOR E NO PODER DE DEUS
Não podemos deixar de amar, que seria o maior sinal de nosso
enfraquecimento espiritual. Em contrapartida, o amor de Deus deve fluir
em nós como um sinal de Sua presença em nós, e de Seu fortalecimento.
Jesus suportou Seus discípulos mesmo conhecendo as fraquezas de cada um
deles. Por que Ele suportou suas fraquezas? Porque amou! O Senhor sabe
quem somos, e não somos melhores do que os outros, não somos melhores do
que Pedro, Paulo, João, Tiago, Tomé… Se há algo de bom em nós é obra de
Cristo, e se a graça e o amor de Deus fossem retirados de nós, não
sobraria nada que pudesse nos salvar, estaríamos condenados ao inferno
de fogo. Portanto o amor é essencial para a nossa sobrevivência na fé; e
o amor trará consigo e produzirá em nós as virtudes que necessitamos
para não nos enfraquecermos.
Se perseverarmos, estamos apenas fazendo o nosso dever, e os méritos
são de Cristo, não nossos. Em um pequeno de exercício de memória nos
recordaremos de fases difíceis pelas quais passamos e Deus nos levantou,
nos tirou do lamaçal, nos transformou de dentro para fora, nos mostrou o
Caminho. Por isso, o amor e a compaixão devem estar sempre presentes em
nossos corações, não barateando a graça, mas demonstrando que nossos
braços estão abertos, que não estamos lançando pedras, mas estamos
orando e desejando que estes irmãos deixem as coisas do mundo, se
santifiquem e se apeguem a Cristo, à Bíblia, à oração e à obra de
Cristo.
Portanto, ser forte em Cristo é mais que palavras, mas a manifestação
dessas virtudes: controle emocional, fé, esperança, perseverança,
compaixão e amor.
2 – DESCANSO
“Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.” Salmos 23:2.
Aprendi a descansar o coração na soberana eleição de Deus e em Sua
providência. Deus nunca falha! Muitos que estão nas Igrejas não são
salvos, e talvez nem sejam eleitos. Outros que jamais pisaram em uma
Igreja se converterão. Alguns que estão brincando com o pecado e se
enlameando no mundo, vão “cair na real” e deixarão essas coisas para
trás; outros vão sair da Igreja mesmo. Alguns voltarão, outros não.
Alguns que parecem ser firmes abandonarão a fé, e talvez retornarão
arrependidos um dia; outros não. Então, a obra não é nossa, mas de Deus.
E se não é nossa, não devemos nos preocupar demasiadamente com isso,
mas confiar e descansar em Deus, porque Ele está no controle. Houve uma
época em que eu tive dificuldades com esses que andam “meio lá, meio
cá”; isso me entristecia sobremaneira, ao ponto de chegar à ansiedade.
Graças a Deus essa fase passou, e hoje, quando me deparo com esses,
descanso na confiança de que Deus está no controle! E a promessa é que
de Seus eleitos não se perderá nenhum (João 10:28).
ELE É O TEU PASTOR?
Se Ele É o nosso Pastor, não podemos deixar que os problemas de
percurso me entristeçam e me abatam, mas necessitamos estar sempre junto
às fontes de águas vivas, onde encontramos o descanso que necessitamos
para caminhar e prosseguir. Necessitamos estar sempre junto aos pastos
verdejantes onde temos o alimento que nos fortalece.
Trabalhei em uma indústria, e o chefe do setor colocou uma placa na
porta de seu escritório: “The Boss”. Significa “O Chefe”. Aquela placa
trazia o seguinte recado: “Aqui quem manda sou eu!”, “Eu sou o cara”
(rsss). E ninguém sequer ousava entrar naquela sala e dizer para o chefe
que ele estava errado. Ai de quem fizesse isso, poderia ser demitido.
Caia bem aquele ditado: “Quem pode manda, quem é inteligente obedece”.
Nosso trabalho era simples comparado ao dele, e cada um cumpria os seus
deveres, consciente de que ele, o chefe, era quase infalível. Essa
política de privacidade do chefe existe em todos os setores, apesar de
eventuais críticas. Gosto de lembrar dessa fase para fazer a seguinte
comparação: se confiamos e obedecemos as ordens de chefes humanos, tendo
em vista emprego e salário, porque não confiar em Deus? Deus é
perfeito, não falha, é soberano para cumprir o que nos prometeu. A
soberania nos dá segurança, e ninguém deve questionar Seus planos e
ações. NEle podemos confiar plenamente. Nosso departamento, competências
pessoais, nossa parte do acordo, do trato, da aliança, deve ser
cumprido responsavelmente, e isso ocupará todo o nosso tempo e espaço.
Certamente a falta de descanso surge na falta de confiança. Então o
descanso é fortalecido na medida em que praticamos a fé, confiando na
competência divina.
3 – AVIVAMENTO
“Ouvi, SENHOR, a Tua Palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a Tua
obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na Tua ira
lembra-te da misericórdia.” Habacuque 3:2.
A melhor reação diante dessa tragédia deve ser a busca de um
avivamento pessoal e eclesiástico, onde haja uma renovação de mentes e
corações. A ausência de sentimentos na vida espiritual e na comunhão com
Deus tem causado essa abstinência eclesiástica. Parece que temos nos
tornado mecânicos, religiosos, frios, insensíveis ao Espírito Santo. A
vida cristã é rotineira e cansativa somente para os que vivem e se
portam assim diante do Eterno Deus. Mas observe como eles se mostram bem
dispostos para passar a noite em uma festa, ou ir a um show,
especialmente se for de música secular e profana. Essa disposição para o
mal, para o pecado e não para Deus, é que ocasiona a entrada dos maus
costumes no seio da Igreja. A busca por um avivamento trará mudanças de
corações, mentes, costumes, vidas! Mas tem que começar em nós,
individualmente, em nossa vida de comunhão com Deus (Mt 6:6).
A palavra avivamento tem sido mal interpretada por muitos. Associa-se
a palavra avivamento a certos movimentos que ultimamente tem causado
escândalos, maus-testemunhos e divisões em diversas Igrejas. Na minha
concepção, avivamento é a busca de uma comunhão mais íntima com Deus,
através da leitura e prática das Sagradas Escrituras, da oração e
santificação. Lógico que ao nos aproximarmos mais e mais de Deus teremos
nossas emoções impactadas pelo quebrantamento que o Senhor mesmo produz
nos corações ávidos por Sua majestosa presença (Sl 51:17).
O avivamento espiritual é como fogo que consome o restolho, o lixo do
pecado dos nossos corações, e nos purifica como ouro (Zc 13:9). O
avivamento é como um vento, em que Deus sopra o Seu Espírito Santo,
arrancando de nós as cinzas do esfriamento espiritual e tornando nossos
corações em brasas vivas (At 2:2). O avivamento espiritual propicia a
manifestação do poder de Deus, e Ele em Sua soberania realiza sinais e
maravilhas, trazendo cura, libertação e salvação no meio de Seu povo. O
avivamento espiritual renova a rol de membros da Igreja, pois aumenta
gradativamente os novos convertidos.
Por falta de avivamento temos observado o esfriamento espiritual
galopante em muitas Igrejas, o número de bancos vazios aumentando e o
rol de membros diminuindo ano a ano. Para muitos isso é o sinal descrito
em Mateus 24:12 “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos
esfriará”. De fato, esse é um os sinais iminentes do fim dos tempos. Mas
a Bíblia também nos fala de outros sinais que acompanharão esses dias:
Joel 2:28-32 e Isaías 44:3-5.
CONCLUSÃO
A vida tem seus altos (momentos de muita alegria) e baixos (momentos
de tristeza). Que saibamos enfrentar os momentos ruins com a disposição
de louvar e servir a Deus, buscando ser fortalecidos na força do Seu
poder, encontrando o lugar de descanso e conforto que Ele nos
proporciona em Sua graça, e sendo avivados no Espírito Santo, sem o qual
jamais conseguiremos vencer.
Não sejamos derrotistas, mas creiamos que o melhor de Deus ainda está por vir.
Sem querer ser perfeccionista, porque todos somos pecadores, mas buscando a perfeição em Cristo Jesus.
SDG – A DEUS TODA GLORIA!!!